Antigamente, quando via uma pessoa muito bonita, especialmente quando se tratava de uma mulher, logo me comparava em todos os sentidos, sem ver grandes qualidades em mim. Na minha cabeça, para que eu fosse bonita como outras mulheres, eu precisava de cirurgião plástico, de muita dieta restritiva, de dinheiro para bancar artigos de moda e de um grande milagre.
É engraçado pensar o quanto eu fui, por diversas vezes, injusta comigo mesma. Queria caber em um jeans 36 sem ao menos notar que minha estrutura corporal não comportaria isso, por exemplo. Percebi que o objetivo das minhas comparações com outras mulheres sempre serviu para que eu identificasse os meus defeitos e os ressaltasse para mim mesma, deixando a minha autoestima no chão. Como se não bastasse essa auto sabotagem diária, eu ainda mantinha ao meu lado alguns inimigos particulares, que atacavam a minha segurança todos os dias, me fazendo viver com culpa por não ser perfeita como a outra.
Depois de um tempo refletindo sobre essa relação comigo mesma, percebi que eu teria total controle da minha vida se eu realmente me aceitasse da forma como eu sou, ou resolvesse mudar de forma saudável o que não curto tanto em mim. Comecei a me olhar no espelho todos os dias de forma diferente, procurando as minhas qualidades e tentando ressalta-las com artifícios de moda.
Nesse processo de mudança de olhar, comecei a anotar em uma agenda tudo que eu gostava em mim, tanto na parte física quanto em minhas atitudes. Dentre as partes que eu mais gostava em mim estava meu cabelo. Comecei a evidenciá-lo em minha vida, com penteados diferentes que me deixavam de bem com minha imagem no espelho. Outra parte que sempre gostei em mim foram as pernas. Comecei a valorizá-las na hora de escolher um look para meu dia a dia.
Todas essas pequenas ações me deixaram com uma imagem mais próxima do que eu idealizava para minha vida. Se hoje eu falo sobre moda, beleza e autoestima aliando essas três frentes, é porque realmente eu as usei muito para melhorar a minha relação comigo mesma. Comecei a ter um olhar mais carinhoso e menos exigente comigo, deixando essa relação pessoal mais natural e humanizada.
Com essa fórmula mágica que combina autoestima e aceitação, comecei a me sentir com total controle do que eu queria para minha vida. Comecei a não me comparar mais com outras mulheres e pensar que todas nós estamos em contextos diferentes, em momentos diferentes da vida e temos corpos obviamente diferentes. Parei de me colocar apenas em desvantagem em comparação aos outros e, como consequência, valorizo a minha trajetória pessoal e tudo que já conquistei até hoje.
Sempre muito comunicativa, Ana Luiza nunca teve vergonha de mostrar quem é e o que pensa. Adora escrever textos sobre moda inclusiva e empoderamento feminino, hoje produz looks do dia plus size, resenhas com opiniões reais sobre produtos acessíveis e conteúdo sobre autoestima e feminismo. Ana sabe que “estar na moda” é captar a essência do que é tendência e transferir para seu estilo, deixando sua marca em cada peça e independente do tipo de corpo. Hoje trabalha com consultoria de moda e imagem, marketing digital e com produção de conteúdo em seu blog Cinderela de Mentira.