Naturalmente Bonita

Meus cabelos e eu!

7.abr.2017

Quando eu era pequena meus cabelos eram elogiados por todas as pessoas. Os cachos, que quando eu era bem criança eram grandes, foram soltando conforme e eu crescia e quando eu tinha uns 5, 6 anos eles ganharam ondas abertas e bem bonitas. E eu amava meus cabelos…até fazer uns 8.


 

No colégio, as meninas consideradas as mais bonitas da minha série todas tinham cabelos lisos e franjas. Nas Spice Girls lá estava Mel B representando as crespas, todas as outras tinham cabelos lisos. Friends, todas com cabelos lisos. Blossom, cabelos lisos. Sabrina e depois Clarissa, cabelos lisos, loiros e franjas, achava maravilhoso e queria igual. Punky, franja cheia e cabelos lisos – achava lindo quando fazia chiquinhas e ficava igual. Mais tarde, quando eu tinha 11 anos, chegaram as Chiquititas e comecei a ver meninas com cabelos parecidos com o meu (oi Fran, oi Tati), mas vocês acham que eu gostava do cabelo delas? Não!

A diferença é que naquela época eu não tinha a mínima consciência do que deveria fazer para arrumar os cabelos da forma que eu gostaria que eles ficassem, e isso causou uma série de frustrações capilares. Pedi para cortar franja crente que conseguiria copiar as atrizes que eu admirava, saía do salão com aquela franja maravilhosa que durava até o primeiro banho. Como eu não usava secador, a franja secava aleatoriamente, quase sempre fazendo o sentido contrário de uma franja convencional, isso é, a “voltinha” da franja era voltada para fora, e não para dentro.

E lá no alto dos meus 11 anos que eu pedi para fazer o corte da Posh Spice porque eu tinha uma boneca da Victoria e achava o cabelo dela lindo? Sim, eu fui no salão levando a boneca como referência, e a pessoa cortou meu cabelo reto e sem graça, na altura do queixo. Com a escova ficou lindo, mas vocês imaginam o que aconteceu quando meu cabelo secou naturalmente, né? Muitos meses traumáticos sem saber como cuidar do cabelo até ele crescer. Até hoje eu cruzo com ela e tenho arrepios lembrando dia que eu descobri que não tinha como copiar a Posh Spice. Pelo menos eu não pedi para copiar a Geri, imaginem se alguém aceitasse pintar os cabelos de uma pré adolescente metade loiro metade vermelho?

Engraçado que quando eu fiz 15 anos, mais ou menos, eu descobri que odiava meu cabelo escovado porque ele ficava lambido. E foi aí que eu comecei a fazer as pazes com meus fios. Passei a respeitá-los, a descobrir modos de secar e cortar que valorizaram. Comecei a me interessar por produtos (né, Bio Extratus! 🙂 ) E tive a certeza que eles tinham um peso muito importante na minha autoestima.

Hoje eu acho incrível saber que posso fazer o que eu quiser com eles. Posso secar com escova e deixá-los mais lisos, posso fazer um babyliss e deixá-los com um movimento interessante, posso secar com os dedos e deixá-los mais naturais.

Meu último passo nessa minha relação com minhas madeixas é deixar que elas sequem naturalmente mais vezes. Hoje em dia eu só faço isso quando sei que não vou sair, pois ainda tenho medo de como os fios vão secar, se eles vão ficar mais ou menos rebeldes, mas quem disse que volume ou formas mais indefinidas são feias? É isso que estou tentando botar na minha cabeça e, quem sabe, voltar a ser aquela criança de 6 anos que achava seus cabelos ondulados de qualquer jeito poderosos, diferentes e maravilhosos?

Carla Paredes

Carioca morando em Nova York, mãe do Arthur e blogueira do Futilidades. Fala principalmente de moda, beleza e autoestima, sempre...