Sabe aquele comentário que se faz “sem querer” expresando uma “opinião” não solicitada, que acaba ofendendo alguém? É sobre isso que precisamos falar!
Muitas vezes o corpo do outro vira alvo de análise e julgamento, quando você se sente no direito de interferir com sugestões sobre a aparência ou escolhas que não lhe dizem respeito. Alguns “elogios”, na verdade estão carregados de preconceito, por isso é importante perceber a exposição do outro em nome da própria necessidade de opinar.
De onde vem essa opinião? O que ela representa, como foi construída e como ela agrega? Ela é realmente necessária para o outro ou fala muito mais sobre você?
Nesse texto, você vai ver alguns exemplos de “elogios” direcionados aos cabelos, que na verdade só reforçam um estereótipo racista.
As tranças são símbolo de restência ancestral, por isso não podem ser tratadas simplemente como um recurso estético separado da sua história. Não é elogio ou simplesmente opinião se você precisa ofender uma das representações de identidade para enaltecer outra. Ambas as versões falam sobre pessoas, histórias, ancestralidade e merecem respeito.
Dentre as diversas violência que atravessam a mulher preta, está o olhar e julgamento através seu cabelo crespo. A ideia de que esse tipo de fio deveria ter uma curvatura definida anula e inferioriza suas características naturais. A surpresa ao descobrir maciez ou o questionamento da higiene levam ao olhar pejorativo de cabelo duro ou sujo, por exemplo.
Não é saudável colocar escolhas ou até características naturais em posições comparativas, rivalizando. Principalmente quando a “opinião” é lançada sobre um processo que faz parte da construção da identidade enquanto mulher preta, como a transição capilar.
É preciso ter delicadeza ao falar sobre o outro, porque cada bagagem tem um peso particular que só conhece quem carrega.
Opinião bem vinda é sempre aquela que foi solicitada, portanto além disso cabe analisar a necessidade e o objetivo de determinados comentários.
Quando não se tem certeza se uma mensagem pode machucar outra pessoa, não vale a pena correr o risco de falar. Então, na dúvida, não faça!
Joicy Eleiny, pernambucana nascida no interior e morando na capital. 21 anos, mulher negra, crespa e LGBT compartilhando empoderamento e provocando discussões acerca de suas lutas principalmente através da estética. Estudante de jornalismo, apaixonada por moda, beleza e brega!
Joicy Eleiny, pernambucana nascida no interior e morando na capital. 21 anos, mulher negra, crespa e LGBT compartilhando empoderamento e provocando discussões acerca de suas lutas principalmente através da estética. Estudante de jornalismo, apaixonada por moda, beleza e brega!